sexta-feira, 22 de março de 2013

46° cap de A marca de Atena


XLVI- Percy
AS COISAS FICARAM RUINS IMEDIATAMNENTE. Os gigantes desapareceram em um sopro de fumaça. Eles reapareceram na metade do caminho além da sala, cada um em um lugar diferente. Percy correu em direção a Efialtes, mas os caça-níqueis no chão abriram-se sob seus pés e muros de metal apareceram dos dois lados, separando-o de seus amigos.

As paredes começaram a se fechar em torno dele, como uma videira. Percy pulou e agarrou o fundo da gaiola da hidra. Ele teve um breve relance de Piper pulando em uma
amarelinha de poços de fogo, fazendo seu caminho em direção à Nico, que estava em estado de torpor e desarmado e sendo atacado por um par de leopardos.
Entretanto isso, Jason atacou Oto, que puxou sua lança e soltou um grande suspiro,
como se ele preferisse dançar O Lago Dos Cisnes a matar outro semideus.
Percy registrou tudo isso em um segundo, mas não havia muito que ele pudesse fazer
sobre a situação. A hidra explodiu em suas mãos. Ele balançou e caiu, aterrissando em um
bosque de árvores com madeiras pintadas que surgiram do nada. As árvores mudaram de
posição assim que ele tentou correr através delas, então ele cortou toda a floresta com
Contracorrente.
— Maravilha! — chorou Efialtes. Ele ficou em seu painel de controle a cerca de sessenta
metros à direita de Percy. Nós vamos considerar isso um ensaio geral. Devo soltar a hidra na
Praça da Espanha agora?
Ele puxou uma alavanca e Percy olhou para trás. A gaiola que ele tinha acabado de se
pendurar estava agora subindo em direção a uma escotilha no teto. Em três segundos ela
seria liberada. Se Percy atacasse o gigante, a hidra devastaria a cidade.
Xingando, ele lançou Contracorrente como um bumerangue. A espada não foi projetada
para isso, mas a lâmina de bronze Celestial cortou as correntes que suspendiam a hidra. A
gaiola tombou de lado. A porta quebrada abriu-se e derramou o monstro justo em frente à
Percy.
— Oh, você é um estraga prazeres, Jackson! — Efialtes chamou. — Muito bem. Batalhe
aqui, se for preciso, mas sua morte não será tão boa sem uma multidão aplaudindo.
Percy avançou para enfrentar o monstro – mas então percebeu que tinha acabado de
jogar sua arma fora. Um pouco de mau planejamento de sua parte.
Ele rolou para um lado enquanto as oito cabeças da hidra cuspiam ácido, transformando o
chão onde ele estava em uma cratera fumegante de pedra derretida. Percy realmente odiava
hidras. Era quase uma coisa boa que ele houvesse perdido sua espada, visto que seu
instinto teria sido cortar as cabeças e no lugar a hidra faria crescer duas novas cabeças para
cada uma que tivesse sido cortada.
A última vez que ele havia enfrentado uma hidra, ele foi salvo por um navio com canhões
de bronze que partiram o monstro em pedaços. Essa estratégia não poderia ajuda-lo agora...
Ou poderia?
A hidra atacou. Percy abaixou atrás de uma enorme roda de hamster e examinou
atentamente a sala, procurando pelas caixas que ele havia visto em seu sonho. Ele se
lembrou de alguma coisa sobre lançadores de foguetes.
No estrado, Piper protegia Nico enquanto os leopardos avançavam. Ela apontou sua
cornucópia e atirou uma carne assada além da cabeça dos felinos. Aquilo devia cheirar
muito bem, porque os leopardos correram atrás dela.
Mais ou menos dois metros e meio à direita de Piper, Jason batalhava com Oto, espada
contra lança. Oto tinha perdido sua tiara de diamantes e parecia com raiva por isso. Ele
poderia ter empalado Jason por várias vezes, mas o gigante insistia em fazer uma pirueta
em cada ataque, o que o retardou.
Entretanto, Efialtes ria enquanto ele apertava botões em seu painel de controle,
acionando a correia transportadora em alta velocidade e abrindo gaiolas de animais
aleatórios.
A hidra deu a volta na roda de hamster. Percy balançou por trás de uma coluna, agarrou
um saco de lixo cheio de pão Wonder e jogou no monstro. A hidra cuspiu ácido, o que foi um
erro. O saco e seu conteúdo dissolveram no ar. O pão Wonder absorveu o ácido como
espuma de extintor de incêndio e bateu contra a hidra, transformando-a em uma nojenta,
fumegante camada de alta caloria de gosma venenosa.
Enquanto o monstro cambaleou, balançando suas cabeças e piscando ácido Wonder para
fora de seus olhos, Percy olhou ao seu redor desesperado. Ele não encontrou a caixa de
lançador de foguetes, mas enfiado contra a parte de trás da parede estava uma estranha
geringonça como um cavalete de pintura, dividida ao meio com uma fileira de lançadores de
míssil.
Percy viu uma bazuca, um lançador de granadas, uma vela Romana gigante e uma dúzia
de outras armas mal vistas. Elas todas pareciam ser ligadas juntas, apontadas para a
mesma direção e conectadas com uma única alavanca de bronze ao lado. No topo do
cavalete, escrito com cravos, estava escrito: Feliz destruição, Roma!
Percy disparou em direção ao dispositivo. A hidra sibilou e o seguiu.
— Eu sei! — Efialtes chorou nada feliz. — Nós podemos começar com explosões ao
longo da Via Labicana! Nós não podemos deixar nosso público esperando para sempre.
Percy mexeu atrás do cavalete e voltou-o para Efialtes. Ele não tinha a habilidade para
máquinas de Leo, mas sabia como atirar com uma arma. A hidra barrou em sua direção,
bloqueando sua vista do gigante. Percy esperava que sua geringonça pudesse ter força de
fogo o suficiente para que derrubasse dois alvos de uma só vez. Ele puxou a alavanca. Ela
não se moveu.
Todas as oito cabeças da hidra pairavam sobre ele, prontas para derretê-lo em uma
piscina de lodo. Ele puxou a alavanca novamente. Dessa vez o cavalete se sacudiu e
começou a assobiar.
— Esconder e proteger! — Percy gritou, esperando que seus amigos entendessem a
mensagem.
Percy saltou para um lado do cavalete em chamas. O som foi como uma fiesta no meio da
explosão de uma fábrica de pólvora. A hidra vaporizou instantaneamente. Infelizmente, o
ferrolho bateu no lado do cavalete e mandou mais projeteis por toda a sala. Um pedaço do
teto foi atingido e quebrou um pedaço de uma roda hidráulica. Mais gaiolas foram
arrebentadas em suas correntes, liberando duas zebras e um bando de hienas. Uma
granada explodiu sobre a cabeça de Efialtes, mas isso só o desequilibrou. O painel de
controle sequer pareceu estragado.
Do outro lado da sala, sacos de areia choviam ao redor de Piper e Nico. Piper tentou
puxar Nico para um lugar seguro, mas um dos sacos a pegou pelo ombro e a derrubou.
— Piper! — Chorou Jason. Ele correu em direção a ela, completamente esquecido de
Oto, que mirou sua lança nas costas de Jason.
— Cuidado! — Gritou Percy.
Jason teve reflexos rápidos. Assim que Oto jogou a lança, Jason rolou. O lança passou
por cima dele e Jason sacudiu suas mãos, convocando uma rajada de vento que mudou a
direção da lança. Ela voou pela sala e espetou Efialtes na sua lateral justo quando ele ficava
de pé novamente.
— Oto! — Efialtes tropeçou fora do seu painel de controle, agarrando a lança quando ele
começava a se desfazer em poeira de monstro. — Você poderia, por favor, parar de me
matar!
— Não foi minha culpa!
Oto tinha acabado de terminar de falar quando a engenhoca lançadora de míssel de
Percy cuspiu uma última esfera de fogos de artifícios Romana. A fumegante bola rosa da
morte (naturalmente ela tinha que ser rosa) atingiu o teto acima de Oto e explodiu em um
bonito chuveiro de luz cheio de cores ao redor do gigante. Então uma parte do teto com dez
metros caiu atingindo ele.
Jason correu para o lado de Piper. Ela ganiu quando ele tocou o seu braço. Seu ombro
parecia estranhamente dobrado, mas ela murmurou — Tudo bem, eu estou bem.— Próximo
a ela, Nico sentou-se, olhou ao redor atordoado como se tivesse acabado de perceber que
havia perdido a batalha.
Infelizmente, os gigantes não tinham terminado. Efialtes estava ainda se reformando, sua
cabeça e ombros crescendo do monte de poeira. Ele liberou seus braços e olhou
furiosamente para Percy.
Ao longo da sala, a pilha de cascalho de deslocou e Oto surgiu. Sua cabeça estava meio
desmoronada. Todos os fogos de artifício em seu cabelo estalaram e suas tranças soltavam
fumaça. Seu collant estava em farrapos, e esse era o único jeito daquilo parecer menos
atraente nele.
— Percy! — Jason gritou. — Os controles!
Percy descongelou. Ele achou Contracorrente em seu bolso de novo, destampou sua
espada e se lançou para o quadro. Ele cortou sua lâmina através do topo, decapitando os
controles em um banho de fogos de bronze.
— Não! — Efialtes gemeu. — Você arruinou o espetáculo!
Percy se virou muito lentamente. Efialtes balançou a sua lança com um bastão e o
acertou em seu peito. Ele caiu de joelhos, a dor transformando sua barriga em lava.
Jason correu para seu lado, mas Oto atravancou atrás dele. Percy conseguiu se erguer e
pôs a si mesmo ombro com ombro com Jason. Sobre o estrado, Piper estava ainda no chão,
incapaz de se levantar. Nico estava vagamente consciente.
Os gigantes estavam se curando, ficando mais fortes a cada minuto. Percy não estava.
Efialtes sorriu se desculpando. — Cansado, Percy Jackson? Como eu disse, você não pode nos matar. Então eu acho que nós chegamos à um impasse. Oh, espere... Não, nós não chegamos! Porque nós podemos matar vocês!
— Essa — Oto resmungou, pegando sua lança caída — foi a primeira coisa sensata que você disse o dia todo, irmão.
Os gigantes apontaram suas armas, prontos para transformar Percy e Jason em kebabs de semideuses.
— Nós não vamos desistir — Jason disse. — Nós vamos cortar vocês em pedaços assim como Júpiter fez com Saturno.
— É isso aí. — Percy disse. — Vocês dois estão mortos. Eu não ligo se nós temos deuses do nosso lado ou não.
— Bem, isso é uma pena. — disse uma nova voz.
Ao seu lado direito, outro tablado baixou do telhado. Inclinando casualmente em um apoio coberto de cones de pinheiro estava um homem em uma blusa roxa de acampamento, shorts cáqui e sandálias com meias brancas. Ele levantou seu chapéu de abas largas e uma chama roxa flamejou em seus olhos. — Eu odiaria pensar que fiz uma viagem especial por nada.

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